O balanço do quarto trimestre de 2019 da BR Distribuidora (BRDT3) veio acima do que o mercado esperava. O valor bilionário do Ebitda, por exemplo, superou em 15% as estimativas do BTG Pactual (BPAC11).
“Embora não propriamente quantificada, a combinação entre ganhos de inventário – que se beneficiou da alta dos combustíveis ao longo do trimestre – e aumento de importações representou um grande papel no fortalecimento das margens brutas no modelo B2B (Business-to-Business, em inglês) e no varejo”, afirmaram os analistas Thiago Duarte e Pedro Soares.
O banco ressaltou que o ganho de R$ 37/m³ veio acima do que foi reportado pelos pares, Raízen (Cosan (CSAN3)) e Ipiranga (Ultrapar (UGPA3)). Além disso, a companhia tem se esforçado para reduzir os custos com operações ao realizar o ajuste das despesas únicas. A meta é salvar R$ 765 milhões por ano até 2021.
“Assim que tivermos acesso às margens brutas normalizadas, poderemos finalmente entender o quão eficientemente a BR Distribuidora poderá chegar em termos de lucratividade”, comentou o BTG.
Primeiros efeitos
De acordo com a Guide Investimentos, os resultados da BR Distribuidora “já começam a demonstrar os primeiros efeitos da nova gestão”. O programa de demissão voluntária e a nova política de precificação foram medidas importantes para que a empresa conseguisse aumentar sua eficiência.
“Apesar da queda do volume vendido (-4,6% ano a ano), avaliamos que a nova gestão tem trabalhado com foco na melhoria da rentabilidade em detrimento da participação de mercado”, afirmou a corretora.
Ainda neutro
O BTG optou por manter recomendação neutra para o papel, ainda que a recente venda da empresa tenha aumentado substancialmente sua avaliação. O preço-alvo indicado para 12 meses é de R$ 27.