O Ministério da Economia ainda não bateu o martelo sobre quais serão as medidas de socorro ao setor de etanol e quando serão anunciadas. “Medidas ligadas ao setor sucroalcooleiro estão sendo analisadas em conjunto por vários ministérios. Não tem uma decisão”, disse o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, nesta sexta (1º), durante coletiva de imprensa.
“As equipes [dos ministérios da Economia e de Minas e Energia] estão analisando essa questão. No momento apropriado o ministro Paulo Guedes e o ministro Bento Albuquerque anunciarão [a decisão]”, afirmou Waldery Rodrigues.
Pela manhã, deputado federal Arnado Jardim (Cidadania/SP) afirmou que o setor de etanol e o governo federal chegaram a um acordo para elevar a tributação sobre a gasolina, um pedido dos produtores do biocombustível para compensar a perda de competitividade do etanol.
De acordo com o Arnaldo Jardim, a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) será elevada em 20 centavos, subindo para 30 centavos por litro de gasolina A. E na importação, a taxa será de 15% sobre o combustível fóssil.
“Neste período de crise dura, crise sanitária, crise econômica, poucos setores têm sentido mais os efeitos do que o setor sucroenergético, no nosso etanol, particularmente, por isso que nós, da frente parlamentar que eu coordeno, junto com entidades do setor, tivemos muitas e intensas negociações com o governo”, afirmou Arnaldo Jardim.
O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Evandro Gussi, disse ao Valor Econômico, que a expectativa é que a medida apareça na edição de segunda-feira do Diário Oficial da União. “Precisa ocorrer com urgência”, afirmou.
Com a queda nos preços do petróleo, repassada pela Petrobras no mercado interno – companhia já cortou os preços da gasolina em mais de 50% este ano – as margens do etanol ficam mais apertadas, já que o etanol hidratado, que concorre com a gasolina nos postos, precisa custar até 70% do valor do combustível fóssil para ser competitivo.